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A Embaixadores da Alegria, primeira escola de samba com acesso aberto a pessoas com deficiência
A Embaixadores da Alegria, primeira escola de samba com acesso aberto a pessoas com deficiência, comemora 15 anos no próximo dia 25, às 19h, abrindo o desfile das campeãs do carnaval carioca, projeto contemplado no edital “Não Deixa o Samba Morrer RJ 2” da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.
A escola passa pela Marquês de Sapucaí ao som do samba-enredo criado por Moacyr Luz cantado por Ito Melodia, o intérprete vencedor de seis troféus Estandarte de Ouro.
Mais de dezesseis mil pessoas com e sem deficiência participaram gratuitamente dos desfiles acessíveis da organização social sem fins lucrativos. “A Embaixadores da Alegria amadureceu muito.
Ganhou musculatura além da Sapucaí. Durante os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, tivemos uma participação relevante com shows em consulados, apresentações de bateria dentro de Parque Olímpico, a exposição de cadeira de rodas Wheelchair Parade no Boulevard Olímpico e o Musical da Alegria no Imperator.
E assim mostramos a importância de fomentar a cultura acessível no país”, relembra Caio Leitão, cofundador da Embaixadores da Alegria.
A escola leva para a avenida um enredo falando sobre o número sete, seus importantes significados na numerologia e no dia a dia das pessoas. A semana tem sete dias, são sete as notas musicais, e “alegria” tem sete letras.
É assim que a debutante do carnaval carioca vai entrar no Desfile das Campeãs para lançar ainda mais luz sobre a importância da cultura acessível. Para o Paul Davies, também cofundador e responsável pela direção de carnaval, “o ano de 2023 é de grande importância para toda a nação da alegria. É a retomada mais forte depois da pandemia”.
Sobre a Embaixadores da Alegria
A Embaixadores da Alegria é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2006 pelos sócios cofundadores Paul Davies e Caio Leitão. A proposta é utilizar a cultura, o samba, a arte e educação como instrumentos de inclusão social para pessoas com e sem deficiência.
Ao longo da sua trajetória, a Embaixadores da Alegria já beneficiou mais de 16 mil pessoas com seus desfiles acessíveis, oficinas de carnaval, palestras, teatro e shows. Foram 14 desfiles consecutivos na Sapucaí com sambas exclusivos.
Os componentes são foliões com e sem deficiência, pertencentes a instituições ligadas à causa. Hoje a associação dialoga com mais de 80 instituições, grupos e projetos no Brasil e no exterior.
O carnaval do Rio de Janeiro vem sendo transformado no mais acessível do Brasil com a Embaixadores da Alegria. Foram desenvolvidas logísticas, planejamentos de embarque e desembarque no sambódromo para os foliões juntamente com os órgãos públicos municipais e a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial).
Além disso, ações dentro do desfile foram criadas exclusivamente para atender às necessidades e características de cada deficiência. Há um time de harmonia especial composta de fisioterapeutas, professores de educação física, psicólogos, que cuida da acessibilidade e inclusão emocional.
E também um time de harmonia de carnaval, composto por profissionais experientes do mundo do samba, cuidando da evolução e da qualidade do espetáculo. Para as pessoas com deficiência auditiva, há ainda uma equipe de intérprete de Libras que traduz o samba ao vivo na Sapucaí.
Em 2016, a Embaixadores da Alegria viveu um dos seus grandes momentos na cultura do Brasil. Ela se apresentou dentro do Parque Olímpico durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016 e no palco principal do Boulevard Olímpico. Realizou a primeira exposição de cadeira de rodas do planeta, a Wheelchair Fest, que foi vista por cerca de um milhão de pessoas durante os jogos.
O objetivo foi lançar um novo olhar além do objeto cadeira de rodas. Artistas plásticos receberam as cadeiras para serem customizadas. Com diferentes linguagens, a exposição ganhou uma mídia espontânea global.
O time responsável pela comunicação, conteúdos e marketing cultural ainda encontrou mais uma ferramenta para falar de inclusão. O “Musical da Alegria”, que foi apresentado no Imperator, com direção musical de Alfredo Del Penho e direção geral Luís Igreja. A Embaixadores da Alegria é mais do que uma escola de samba, é uma escola de vida.
Sobre os fundadores
Caio Leitão, publicitário, designer, especialista em marketing cultural, tem mais de vinte anos de experiência no mercado publicitário. Com passagens pela Caio e Ogilvy desbravou novos conhecimentos na arte, na cultura, na literatura e na música. Paul Davies é inglês, formado em desenho industrial em Londres, e se dedica à Embaixadores da Alegria desde o primeiro planejamento no papel, quando o nome do projeto ainda era “esperança”.
Com muita pesquisa, convivência e estudos, os dois tornaram um simples desfile para pessoas com deficiência em uma organização social relevante para o mundo da pessoa com deficiência.
Hoje a dupla “carioca com sotaque britânico” espera recrudescer ainda mais a visibilidade sobre a cultura acessível e o olhar mais equânime para as pessoas com deficiência.
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