A era da prata: como o hip-hop fomenta uma cultura prateada no streetwear – Entrete 1
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Luca Moreira

A era da prata: como o hip-hop fomenta uma cultura prateada no streetwear

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O universo do hip-hop está cada vez mais prateado. Versos como “nós vive pela prata”, de Baco Exu do Blues, “ele quer prata pra estar feliz”, de BK’ e “de noite, de dia, as prata e jaquetão”, de Hungria, mostram que os artistas do gênero são cada vez mais adeptos às correntes de prata em detrimento às de ouro. Com isso, o streetwear como um todo acaba sendo influenciado.

Isso porque o hip-hop é um movimento nascido nas ruas, e o estilo urbano utilizado pelos grandes astros do rap fazem a cabeça dos jovens que curtem esse tipo de som. A loja de jóias El Patron Platas, focada especialmente em correntes de prata, se beneficia desse movimento, já que se relaciona com esse público ligado ao streetwear e ao skate. Não à toa, a primeira loja física da marca foi inaugurada no shopping Itaquera, considerado um forte polo desse grupo.

“Quando você é fã de um movimento artístico, é natural que queira se vestir de forma semelhante aos seus ídolos. E o fato de os artistas trazerem esse culto à prata nas letras faz com que a procura por esse tipo de produto aumente”, relata Murillo Carizzio, fundador da El Patron Platas.

A demanda de fato vem aumentando, o que se traduz em uma melhora nos números da marca. Em 2023, a El Patron faturou R$ 4,45 milhões, e em 2024, a expectativa de receita é de R$ 6 milhões.

Apesar da afinidade entre os produtos vendidos pela marca, seu público e os artistas que fazem parte desse universo, esse não é o único fator que explica o sucesso da El Patron no meio do streetwear. A loja passou a ganhar mais visibilidade a partir de 2018, quando firmou parceria com o artista Xamã, que tem quase 8 milhões de ouvintes mensais na plataforma de streaming Spotify.

A parceria ajudou a complementar a sinergia entre o público e a marca e abriu espaço para novas colaborações com outros grandes nomes do hip-hop nacional, tais como Hungria, Filipe Ret e Froid.

“A prata representa brilho e autenticidade, sendo uma forma de expressão; no hip-hop, isso se traduz em uma poderosa manifestação da voz da periferia”, afirma Carizzio.

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