Empresário Charles Cardoso conta sobre o autismo de seu filho e como descobriu

Charles Marins Cardoso é casado há 26 anos com Flávia Veloso Marins, pai da Raphaela Veloso Marins e Gabriel Veloso Marins. O casal tem uma história de superação e reversão de um diagnóstico de autismo do nosso filho Gabriel.

” O Gabriel nasceu em 13 de fevereiro de 2017 no Medway Hospital, em Gillingham, Kent, Reino Unido. No dia de seu nascimento, a minha esposa Flávia já havia notado algo diferente com o Gabriel porque ele não chorava , ainda no hospital, contatamos a equipe médica que, em pronto atendimento emergencial, levou o Gabriel para o CTI onde teve que ser entubado por causa de complicações e icterícia só que em nível muito elevado. Assim, ele teve que ficar internado durante 2 semanas. ”

Logo eles perceberam que o Gabriel tinha comportamentos diferentes de nossa filha primogênita Raphaela. O Gabriel só começou a alimentar-se com comida sólida a partir dos 4 anos de idade e também não dormia. Então, decidiram procurar o médico, pois notaram que era uma rotina cansativa e não havia progresso. Entretanto, após o levarem ao médico, ele disse que seria normal por causa da idade. Mas intuição de mão nunca falha. Então retornaram ao médico de um NHS que, no Reino Unido, é equivalente ao SUS no Brasil, só que especializado em crianças com autismo, dentre outros transtornos.

“Eu, como pai e policial britânico, pedi para ele inserir seu nome e registro de médico atestando que meu filho não tinha nada, pois se futuramente fosse diagnosticado com autismo, eu o processaria por negligência médica. Logo, o referido médico prontamente se manifestou solidário e encaminhou o Gabriel para um departamento específico a fim de fazer uma investigação mais aprofundada pela qual foi realmente contatado o autismo e imediatamente foi iniciado o tratamento. ”

Hoje o Gabriel tem 6 anos de idade, alimenta-se de comida sólida, interage com outras crianças, sem precisar de ir para escola especial ou até mesmo ter uma rotina que dificultaria o seu futuro, caso não houvesse sido descoberto o autismo logo nos seus primeiros anos de vida. Hoje ele tem uma vida normal para um jovem autista, mas é claro que há necessidade de acompanhamentos periódicos para que ele tenha uma vida totalmente independente.

“Diante de nossa experiência brevemente relatada acima, minha esposa decidiu abrir uma loja virtual com todos os produtos para crianças autistas, a Autistic Wonder (www.autisticwonders.com) e também resolvemos fundar um clube de futebol no município de Águas de Santa Bárbara/SP para também, com o apoio de toda a sociedade, de pessoas físicas e jurídicas, propiciarmos melhoria da qualidade de vida e qualificação profissional a jovens e adultos, especialmente os que sofrem de transtornos como o autismo, pois acreditamos que o esporte é uma ferramenta fundamental para ajudar no desenvolvimento social, cultural, físico e mental. ”

O autismo não é uma doença e sim um distúrbio com diferentes níveis e formas de tratamento.

“Conte sempre conosco, pois essa luta não é somente sua, é nossa também! “