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Newma Santiago

Esgotamento Digital: Quando a Tecnologia Afeta a Saúde Mental e o Bem-Estar

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O avanço tecnológico trouxe inúmeras vantagens à sociedade, mas também provocou um fenômeno preocupante conhecido como esgotamento digital ou burnout digital. O excesso de exposição aos dispositivos eletrônicos tem levado muitos profissionais a experimentarem fadiga e distração, resultando em impactos negativos na saúde física e mental.

Segundo um relatório recente da agência We Are Social, em colaboração com a empresa de monitoramento de mídia online Meltwater, os brasileiros passam, em média, mais de nove horas e meia por dia conectados à internet. Isso nos coloca em segundo lugar no ranking global, ficando atrás apenas da África do Sul.

A psicóloga Mariana Zieza, especialista em saúde mental e bem-estar, ressalta que muitas pessoas têm o costume de verificar seus celulares logo ao acordar e antes de dormir, o que pode manter um estado de hiperestimulação. A exposição prolongada às telas pode gerar dificuldades de concentração, falta de motivação, irritabilidade, insônia e aumento da carga mental, entre outros sintomas associados ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos.

No contexto do burnout digital, os sintomas assemelham-se ao burnout “clássico” relacionado ao trabalho: exaustão emocional, despersonalização (sentimento de distanciamento afetivo em relação às pessoas), ansiedade, angústia e baixa realização profissional.

Sinais de Alerta

Mariana Zieza destaca alguns sinais de alerta que indicam o esgotamento digital e seus efeitos na saúde e no bem-estar:

“Diminuição da concentração, motivação, autoestima e até mesmo a transformação da nossa sensibilidade. Somos constantemente envolvidos por uma cultura da produtividade que nunca para, onde o outro lado é a desvalorização do ócio. A constante verificação de dispositivos e redes sociais tornou-se uma tarefa importante, um meio de mostrar não só que existimos, mas que existimos de forma excepcional. Isso gera um gasto de energia, pois tudo deve parecer perfeito para os outros”, afirma a psicóloga.

“A atenção requer esforço, então muitas vezes acredita-se erroneamente que se está descansando nas redes sociais. Normalmente, estamos inundados por informações que nunca cessam. No caso do trabalho remoto, os profissionais se veem obrigados a checar e-mails e permanecer online o tempo todo para provar que estão trabalhando, o que gera um estresse constante”, explica a especialista.

Medidas Preventivas

Para evitar o burnout digital, é crucial adotar medidas preventivas, como:

  • Estabelecer limites saudáveis para o uso da tecnologia, incluindo desconectar-se regularmente;
  • Envolver-se em atividades sensoriais, como dança, pintura, tocar um instrumento ou meditação;
  • Experimentar o silêncio durante atividades automáticas, como dirigir ou lavar louça;
  • Respeitar o horário do fim do expediente, mesmo no trabalho remoto.

“Além disso, é fundamental reservar tempo para atividades fora do mundo digital, como hobbies, exercícios físicos e interações sociais no mundo real, a fim de manter um equilíbrio saudável. Com essas medidas, é possível aproveitar os benefícios da tecnologia sem prejudicar a saúde e o bem-estar”, conclui a psicóloga Mariana Zieza.

Sobre a Especialista

Mariana Zieza é psicóloga com 12 anos de experiência em atendimento clínico e organizacional. Ela possui MBA em Gestão de Negócios pela USP, Pós-graduação em Psicologia Clínica pelo IGT (Instituto de Gestalt-Terapia) e pela UAI (Universidad Abierta Interamericana) da Argentina.

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