Luca Moreira
O limite do corpo: quando o desejo por procedimentos estéticos esconde um transtorno psicológico

O médico João Borzino fala sobre o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que atinge famosas, como Andressa Urachb
Vivemos em uma era em que a busca pela perfeição estética se tornou rotina. Procedimentos como preenchimentos, harmonização facial, lipoaspiração e rinoplastias deixaram de ser exceção para se tornarem quase obrigatórios em alguns círculos sociais, especialmente entre mulheres. Mas até que ponto esse desejo por “melhorar” o corpo é saudável? Quando ele se transforma em um sofrimento invisível chamado Transtorno Dismórfico Corporal (TDC)?
De acordo com o médico e terapeuta sexual, João Borzino, o TDC é uma condição psiquiátrica caracterizada por uma preocupação obsessiva com um ou mais defeitos percebidos na aparência – que muitas vezes são mínimos ou inexistentes.
“Essa preocupação provoca sofrimento intenso e impacta negativamente a vida social, profissional e emocional do indivíduo. Estudos mostram que o TDC afeta cerca de 2% da população mundial, mas esse número pode ser ainda maior entre pessoas que buscam procedimentos estéticos. Pesquisas indicam que até 15% dos pacientes em clínicas de cirurgia plástica e dermatologia estética podem ter TDC, muitas vezes sem diagnóstico”, explica.
Segundo Borzino, um dado alarmante é que muitos dos pacientes com TDC não se enxergam como doentes, mas como pessoas “exigentes” ou “vaidosas”.
“A linha entre o cuidado com a imagem e a distorção da autoimagem é tênue. Em casos graves, mesmo após dezenas de procedimentos, a insatisfação persiste – ou piora. Alguns casos públicos ilustram esse fenômeno. A modelo e influenciadora Mary Magdalene, canadense, ficou conhecida mundialmente por uma série de cirurgias extremas, incluindo implantes labiais e de mama que causaram complicações graves. No Brasil, a ex-modelo e influencer Andressa Urach também expôs sua história, relatando como a busca incessante pelo “corpo ideal” levou a sérias consequências físicas e psicológicas, incluindo infecções e crises existenciais”, afirma.
Atrizes como Madonna, alvo recente de comentários após uma transformação facial visível, geram debates sobre até onde a indústria da beleza empurra celebridades – e, por tabela, mulheres comuns – para um padrão quase inatingível. O que antes era autocuidado hoje se aproxima de um ciclo vicioso de retoques, correções e arrependimentos.
Segundo o médico, as redes sociais têm um papel central nesse processo. “Filtros que afilam o rosto, aumentam os lábios e afinam o nariz criam uma estética artificial que se tornou norma. A chamada “harmonização facial” passou de exceção para padrão, mas muitos profissionais de saúde já alertam: a busca exagerada por essa simetria pode ser um reflexo de TDC não diagnosticado”, esclarece.
Você pode estar sofrendo de Transtorno Dismórfico Corporal se:
1. Passa horas no espelho se preocupando com supostos “defeitos”.
2. Evita fotos, espelhos ou eventos sociais por se sentir “feia”.
3. Já fez procedimentos estéticos, mas continua insatisfeita.
4. Compara-se obsessivamente com outras mulheres nas redes sociais.
5. Recebe elogios, mas sente que as pessoas estão “só sendo gentis”.
Como cultivar uma relação saudável com seu corpo:
1. Questione os padrões: beleza não é sinônimo de simetria ou juventude.
2. Desconecte-se: reduza o tempo em redes sociais com filtros e comparações.
3. Busque ajuda: terapia cognitivo-comportamental é eficaz no tratamento do TDC.
4. Valorize funcionalidade: o corpo é mais do que aparência, é saúde, movimento e história.
5. Pratique autocompaixão: aceite que imperfeições fazem parte de ser humana.
“A estética deve ser uma escolha livre e consciente – não uma resposta ao sofrimento psicológico. O corpo não precisa ser moldado a padrões irreais para ser digno de respeito, prazer e autoestima.Antes de marcar o próximo procedimento, olhe com cuidado: o problema está mesmo no espelho – ou na forma como você se enxerga?”, conclui.
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