Bastidores da cobertura de reality shows em páginas de entretenimento

Novela, futebol e reality show são algumas das paixões dos brasileiros e à medida que o tempo foi passando, as formas do telespectador acompanhar os programas também foram mudando. Com a explosão das redes sociais, o grande público, muitas vezes, só tem tempo de acompanhar os realities através das páginas que se dedicam a cobrir os programas na internet.

Em 2021, durante a pandemia e após o sucesso estrondoso do ‘BBB 21’, a Central Reality nasceu pelas mãos de Nicollas Piton, um grande afeiçoado por reality. A princípio, o foco era cobrir o ‘No Limite’, que voltou ao ar após 12 anos, trazendo ex-BBBs no elenco, entretanto, as coisas foram crescendo e a página começou a alcançar grandes números, se tornando um dos principais veículos de informação para o público que acompanha reality show, que soma quase 2 milhões de seguidores em todas as redes sociais.

Se engana quem acredita que cobrir reality show seja fácil. Com os programas sendo transmitidos 24 horas por dia, 7 dias por semana, os administradores das páginas precisam acompanhar as transmissões na íntegra, principalmente durante os mais de seis meses que os dois maiores reality shows do Brasil, o ‘Big Brother Brasil’ e ‘A Fazenda’, são transmitidos. Não só a emissora e o formato dos programas são diferentes, mas o público também, e isso reflete na forma das páginas cobrir o programa.

Nicollas, uma das mentes por trás da Central Reality, fala sobre as diferenças entre as duas atrações:

“A cobertura do ‘BBB’ necessita de uma agilidade maior que em ‘A Fazenda’, já que a repercussão é mais rápida e a edição transmitida na televisão tem um tempo menor de atraso dos acontecimentos. Na atração da Record, geralmente existe o delay de um dia entre as coisas que são transmitidas no streaming da emissora e o que aparece na TV. Enquanto no ‘BBB’, normalmente, os acontecimentos do dia geralmente passam ainda na edição, durante à noite.”

A qualidade da transmissão também é outro diferencial, enquanto na atração global o ‘Globoplay’ disponibiliza mais câmeras para o ‘BBB” — que são divididas por cômodos — o reality rural da Record TV tem menos câmeras e, frequentemente, a distribuição do sinal não é uniforme, com câmeras em lugares onde não está acontecendo nada ou sem áudio. Além disso, as dinâmicas em ‘A Fazenda’ não são transmitidas na íntegra no pay-per-view, constantemente ficando fora do ar enquanto estão acontecendo.

E o mais importante: o público. É notável a diferença entre os dois programas. Enquanto no ‘Big Brother’ as pessoas tendem a se solidarizar mais com a história dos participantes e sua trajetória no programa, em ‘A Fazenda’, que tem um elenco totalmente de subcelebridades, o público gosta de ver confusão e baixaria. Isso também dita como as publicações são direcionadas em cada um deles.

A cobertura de reality shows como o Big Brother Brasil e A Fazenda vai muito além de apenas reportar os acontecimentos. Exige uma constante adaptação às características de cada programa, como o formato, a qualidade da transmissão e, principalmente, o perfil do público. A agilidade necessária no BBB e a busca por polêmicas em A Fazenda ilustram as distintas expectativas dos telespectadores, o que também molda a forma como os conteúdos são apresentados nas redes sociais. Com isso, páginas como a Central Reality se consolidam ao oferecer uma cobertura dinâmica e personalizada, atendendo às diferentes demandas de um público cada vez mais conectado.